A resposta para esta pergunta requer uma
análise aprofundada sobre a vinda dos negros para nossa região, o período
histórico e os povos que para cá vieram. Aqui apresento um resumo de uma
pesquisa em andamento.
A entrada dos povos africanos para o norte do
Maranhão, deveu-se em grande quantidade com a criação da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão na segunda metade do
século XVIII.
Neste período da história, a
cultura algodoeira no Maranhão integra ao sistema de grande lavoura e a
consistência de grandes planteis de escravos, principalmente por ocasião da
colheita. Segundo Mário Meireles a “área de Ribeira do Itapecurú, era a
que fornecia grande parte da produção do algodão do Maranhão”. E falando do
mesmo assunto, GAIOSO afirma que em 1853 a área de ribeira compreendia as
seguintes freguesias: Nossa senhora do Rosário (atual município de Rosário) e
Itapecuru-Mirim ( toda área territorial que corresponde os municípios de Santa
Rita, Anajatuba e Itapecuru-Mirim), (Arquivo
1.1.5, p. 263-5).
Dentro do contexto
histórico de Ribeira de Itapecuru como sendo o centro de produção de algodão na
província do Maranhão, a região se destaca entre 1812 a 1821 como a maior
produtora de algodão da América, colocando o Maranhão em destaque no cenário da economia brasileira
Com o
crescimento da agro-exportação, aumenta
significativamente o número de escravos,
chegando a 53%
da população maranhense
em 1822. Desse contexto surgiu a célebre frase: “O algodão apesar de branco tornará preto o
Maranhão”. O número de escravos da Ribeira
do Itapecuru, grande produtora
de algodão, era de 83% de sua população
De acordo com os estudos
de Mathias Assunção (2001), os
negros que povoaram a área de Ribeira do Itapecurú tinham procedência da região
de angola/congo, dos rios de guiné, da baia do benin (mina, nagô e calabar),
Mocambiques e Camunda. Outros africanos eram registrados como angola, mandinga,
mina, cacheu, bijagó, Benguela, congo e cabinda. Essa procedência dos escravos
angola e a significativa presença dos mandingas e mina são confirmadas pelo
livro de óbitos da freguesia do itapecuru-mirim, uma das principais áreas de plantation (
ASSUNÇÃO, 2001, nº 20).
Esses
dados fornecidos pelo autor influenciam para uma pesquisa em andamento sobre as
origens dos quilombos formados em nosso município no período da regência
brasileira, mais especificamente no período em que eclode a Balaiada, na região
da vila da Manga (hoje Nina Rodrigues) e Itapecuru-Mirim. Acontecimento este
que envolve muitos negros no conflito e muitos se refugiavam em outras regiões,
no caso Anajatuba.
Infelizmente,
o tráfico de escravos para o Maranhão, ainda não foi objeto de maior atenção
entre os historiadores e pesquisadores. O que dificulta afirmarmos com precisão
as nações africanas que povoaram os Vales e as terras próximas ao Rio
Itapecuru.
Mesmo
constituindo consenso entre estudiosos, temos que reconhecer que, os grupos
étnicos eram formados simplesmente de um porto de embarque no litoral africano
ou nas feiras de vendas de escravos aqui no Brasil. Segundo Maria Inês Cortes
de Oliveira, os Portugueses tiveram um certo controle com as nações Angolanas,
Cabindas e Banguelas e outros grupos étnicos ao embarcarem nos portos
Africanos.
Os
dados descritos sobre as nações africanas que nestas regiões chegaram,
justifica a existência de Quilombos nas regiões de: Retiro (São João da Mata), Monge Belo, Pedrinhas, Queluz, Cupaúba, Ponta Bonita, Cumbi, Ladeira, Assutinga, Côco, Centro do Isidório, Bacabal, São Pedro, Flexeira, São Roque, Quebra, Bom Jardim, Bairro São Benedito, Ilhas do Teso e São José/Zé Bernardo.
Estas comunidades são todas remanescentes de Quilombos e que estão no município de Anajatuba.
Estas comunidades são todas remanescentes de Quilombos e que estão no município de Anajatuba.
Professor Valdir