Batalha do Jenipapo
Na Batalha do Jenipapo, formada pelos grupos dos independentes na vila
de Campo Maior, Ceará, junto ao rio Jenipapo, teve o início de suas operações
iniciadas em direção a Caxias, Itapecuru-Mirim, São Bernardo e Brejo.
Com a situação extremamente
delicada, a Câmara Municipal de Itapecuru-Mirim, posicionou-se a favor da
Independência do Brasil, ao decidir que o Tenente Coronel Pinto Magalhães com
suas tropas fiéis ao domínio português não poderia desembarcar nesta Vila. As
tropas vinham debandadas de Caxias para São Luís, e queria aportar na Vila a
pretexto de doenças entre os homens.
A Campanha Libertadora, outro movimento a favor da Independência do
Brasil, iniciada em Parnaíba, Piauí, teve repercussão em Itapecuru-Mirim, que
quase sofreu uma invertida moral. Por conta desse fato o negro João Pereira de
Couto, Capitão do Mato, do Distrito de Manga do Iguará, que atendia pelo
apelido de “João Bunda’, após cometer as maiores atrocidades para que a vila
aderisse à independência e assassinar o Capitão Manoel José Magalhães estava
preparado para invadir a Vila de Itapecuru-Mirim e repetir a dose”. A população
encontrava-se apavorada e só foi salva devido à chegada providencial do chefe
geral dos independentes, Salvador de Oliveira, com suas tropas e que impediu a
invasão e ainda colocou “João Bunda” sob suas ordens.
Em
09 de junho de 1823, o Tenente-Coronel Ricardo José Coelho (contrário à independência do
Brasil), refugiado em Itapecuru-Mirim há nove dias, tentou retirar-se para a
capital São Luís, mas, sem sucesso, pois todas as saídas estavam bloqueadas,
decidiu enviar alguns parlamentares aos independentes para negociar sua
rendição pacificamente. Quem ditou as regras para sua rendição foi o
ex-comandante da guarnição da Vila de Itapecuru-Mirim, Tenente-Coronel José Felix Ferreira de
Burgos, que o mesmo havia sido substituído e que por essa razão, passara
para o lado dos independentes.
Itapecuru-Mirim foi cercada a
não resistiu ao assédio. No dia 18 de junho de 1823 rendia-se a Salvador de
Oliveira.
Salvador de
Oliveira permitiu a retida do oficial Tenente-Coronel José Felix Ferreira de
Burgos para a Capital e promoveu a reintegração de posse da Vila no dia 19 de
junho de 1823.
Em São
Luís, após a Adesão do Maranhão à Independência do Brasil, em 28 de julho de
1823, no dia 07 de agosto do mesmo ano, após Ato de Juramento à
Independência. Sendo assim, o Maranhão deixa de ser Estado Colonial de
Portugal e passa a ser Província do Império do Brasil. Então se procedeu a
eleição dos representantes de São Luis na junta provisória anteriormente já
constituída na Vila de Itapecuru-Mirim.
O
tenente-coronel José Felix Ferreira de Burgos foi nomeado Barão do
Itapecuru-Mirim, devido a seus serviços prestados à causa da independência.
Mais tarde Comandante das Armas do Baré e logo depois, Ministro.
COSME BENTO, A BALAIADA E ITAPECURU-MIRIM.
Fórum
Eleitoral
A Balaiada
foi um dos maiores conflitos ocorridos no Brasil. Entre 1838 e 1840, o Maranhão
foi palco de uma insurreição popular em que os quilombolas tiveram participação
decisiva.
A Balaiada ocorreu em consequência
da luta entre liberais, conhecidos como bem-te-vis, e
conservadores. Naquele momento, os liberais encontravam-se impedidos, pelos
conservadores, de participar das decisões políticas. Os bem-te-vis desencadearam
violenta oposição ao Presidente da Província (Santos, 1983: 74).
Considera-se que a Balaiada começou
com o ataque à prisão na vila da Manga, próximo a Vargem Grande, em dezembro de
1838. Naquele momento, o vaqueiro Raimundo Gomes e nove parceiros libertaram
vários homens presos para o alistamento. Um mês antes, Manoel Francisco dos
Anjos Ferreira, conhecido como Balaio, já havia libertado seu filho, igualmente
detido para servir às mesmas tropas.
No momento de eclosão da Balaiada já havia uma guerra entre os mocambeiros e a sociedade escravista. Em novembro de 1839, escravos liderados por Cosme Bento das Chagas iniciaram uma insurreição em várias fazendas da região de Itapecuru-Mirim. Os escravos rebelaram-se contra os seus senhores, pegaram em armas e proclamaram-se livres. Diante disso, os fazendeiros fugiram de suas propriedades. Tal circunstância permitiu que os escravos se aquilombassem com mais facilidade.
Cosme Bento das Chagas nasceu na cidade de Sobral, na província de
Ceará. Era prisioneiro de vários crimes. Foragido da penitenciária de Alcântara
se integrou a Balaiada. O preto Cosme liderava mais de 3.000 escravos fugidos
e e organizou uma base na fazenda da Lagoa Amarela. Cosme julgava-se uma
pessoa importante, saqueou várias igrejas, vestia-se com trajes religiosos,
era carregado em andor como se fosse nobre Poderoso. Assinava seu nome da
seguinte forma: “D. Cosme Tutor: o Imperador das Liberdades Bem-ti-vis”. Tinha
aproximadamente 40 anos por ocasião da Balaiada, era alfabetizado e sabia
da importância da alfabetização. A prova disso é que criou uma escola na Lagoa
Amarela, em pleno conflito. Também tinha visão política, já que buscou a
união com os outros rebeldes da Balaiada. É certo que alguns líderes da
rebelião posicionaram-se veementemente contra a discriminação dos escravos,
como o próprio Raimundo Gomes.
Com a chegada de Luís Alves
de Lima, o futuro duque de Caxias, o conflito entrou em uma nova etapa. Lima
contava com grande tropa e recursos, e conseguiu dissipar os grandes grupos
de bem-te-vis. Os líderes balaios, perseguidos pelos soldados,
tiveram de escolher: ou se rendiam, tirando proveito da anistia concedida pelo
governo imperial, ou continuavam a luta aproximando-se dos escravos insurgidos.
Cosme passava a ser a figura mais importante do conflito.
Diante desse quadro, Luís Alves de Lima utilizou duas estratégias. De um lado, atacava os rebeldes e a base de Lagoa Amarela. De outro, tentava impedir a união de rebeldes livres e escravos. O sucesso de Lima ocorreu, todavia, quando convenceu o chefe rebelde Francisco Ferreira Pedrosa a atacar os quilombolas de Lagoa Amarela.
Cosme tentou fundar outro quilombo em Guadalupe, localidade situada entre Lagoa Amarela e a vila do Brejo. Naquele momento, porém, outros líderes rebeldes aceitaram a anistia do imperador em troca da captura de escravos fugidos. Segundo o próprio Lima, essa ação tinha dois fins: antecipar o fim da revolta e provocar o ódio entre escravos e pobres livres.
Os escravos insurretos ficaram sob a mira das tropas de Lima e dos ex-rebeldes, bons conhecedores do terreno. Cosme Bento das Chagas, vendo seu grupo ser dizimado, tentou atravessar o rio Itapecuru, fugindo para as matas com os que restaram. Contudo, foi sitiado em fevereiro de 1841 no Mearim.
Cosme foi preso às margens do rio Mearim em 1842 e transportado para a Cadeia Pública de Itapecuru-Mirim, onde aguardou julgamento. Recebeu a sentença de sua execução, pelo Governador do Maranhão, Venâncio Lisboa, em 20 de setembro de 1842. Na época foi escolhido o prisioneiro criminoso mais bárbaro para enforcá-lo na Praça do Mercado onde existia o Pelourinho, construído em 1818.
Dizem que Cosme antes de ser enforcado, olhou para o céu e disse: “meu
Deus, eu me arrependo de todos os crimes que cometi”. Este fato se deu em 20 de
setembro de 1842.
ECONOMIA PÓS BALAIADA
Em época
posterior a Balaiada, houve o chamado ciclo do açúcar no Maranhão.
Itapecuru-Mirim era um dos eixos desse plantio, contribuindo para alavancar a
economia dessa região e do Maranhão.
E os limites ficaram assim distribuídos após ser criada a vila de
Itapecuru-Mirim:
Ao Norte – Nossa Senhora do Rosário, num lugar chamado Poções;
(atualmente Santa Rita e Presidente Jucelino);
Ao Sul – A Freguesia Nossa Senhora da Piedade do Coroatá, na foz do Rio
Perirtoró; (Atualmente o município se
limita com Cantanhede);
A Leste – Freguesia São Sebastião da Vargem Grande, paragem denominada
Leite (Pela resolução de 19-04-1833,
desmembrada do município de Itapecuru-Mirim o distrito de Vargem Grande. Elevado à categoria de vila.)
A Oeste – Freguesia de Santa Maria de Anajatuba, no lugar chamado
Jaivara ou Jaibara.
Texto copiado de escritores itapecuruense
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